Tratar a questão da violência só na parte policial é um grande equívoco”
Em plena luz do dia, em um corriqueiro passeio à beira-mar, o que leva o cidadão? Cinco tiros. E o seu presente? A morte. É pertinente lembrar que, atualmente, nem mesmo a Segurança Pública capixaba pode mais andar no calçadão e tentar respirar um arzinho puro – se bem que em Camburi, por herança da Vale e da ArcelorMittal, ar puro é algo impossível, o que nos faz ter dúvidas de qual tragédia é a maior.
Porém é difícil aceitar que esta ainda seja uma das questões mais preocupantes em nossas vidas. Olha que o secretário de Segurança Pública do Estado, Rodney Rocha Murad, - depois de uma temporada em Brasília - vem trabalhando sério com relação a essa problemática. Assim como também o delegado chefe da Polícia Civil Júlio Cesar e o comandante da PM coronel Oberacy Emmerich - ambos, recém “Lobos de Temudjin” de Gengiskan.
Mas a maior questão, como bem disse Rodney, no passado é que “o problema do Brasil é de cultura. A gente se espanta com os crimes de sangue, mas ninguém fica indignado com a roubalheira dos ricos”. Mero engano senhor secretário. Todo crime revolta. E o cozer em banho-maria é o que mais deixa a população indignada. A coisa é muito mais profunda e nem um pouco delicada.
E como diria o sociólogo da Universidade de Brasília (UnB) Flávio Testa, o problema da segurança pública é estrutural e não existe uma fórmula para resolver, de imediato, a questão da violência no Brasil. Segundo ele “é impossível você corrigir um problema de desvio estrutural em menos de uma década. Se não começarmos a fazer isso imediatamente, com coordenação estratégica entre todos os poderes, nós não teremos um bom resultado para as próximas gerações”. Então imagine como ficará o mundo para seus filhos e netos, caro cidadão.
“Tratar a questão da violência só na parte policial é um grande equívoco”, como diria Rodney Miranda – ainda nos tempos de Feira de Caruaru. Porém, qual seria o caminho secretário? Não vai culpar a mídia novamente não né? Afinal, a segurança pública não deveria é ser traduzida como paz social?
Enquanto isso, para não sofrer é melhor cantar, pois como vovó já dizia: quem canta seus males espanta. “Na Feira de Caruaru, faz gosto a gente ver, de tudo que há no mundo, nela tem pra vender”. Eta Gonzagão danado.