meninos
Vou pro campo
No campo tem flores
As flores tem mel
Mas a noitinha
Estrelas no céu, no céu, no céu. . .
No céu da boca da onça é escuro
Não cometa não cometa
Não cometa furo
Pimenta malagueta não é
Pimentão tão, tão, tão. . .
Vou pro campo
Acampar no mato
No mato tem pato
Gato, carrapato
Canto de cachoeira
Dentro d’água
Pedrinhas redondas
Quem não sabe nadar
Não caia nessa onda
Que a cachoeira é funda
E afunda
Não sou tanajura
Mas eu crio asas
Com os vagalumes
Eu quero voar, voar, voar. . .
O céu estrelado hoje é minha casa
Fica mais bonita
Quando tem luar, luar, luar. . .
Quero acordar com os passarinhos
Cantar uma canção com o sabiá
Dizem que verrugas são estrelas
Que a gente aponta
Que a gente conta
Antes de dormir, dormir, dormir. . .
Eu tenho contado
Mas não tem nascido
Isso é estória de nariz comprido
Deixe de mentir, mentir, mentir. . .
Os sete anões pequeninos,
Sete corações de meninos
E a alma leve, leve. . .
São folhas e flores ao vento
O sorriso e o sentimento
Da Branca de Neve, neve, neve. . .
Não sou tanajura. . .
Composição: Juraildes da Cruz. Parceiro de Xangai, acabei de escutar a versão; escuto Xangai todos os dias, Xangai, Elomar entre outros grandes poetas da música brasileira.
"Xangai, um cantor, um artista, um menestrel, um dos maiores poucos gatos pingados e tresloucados sonhadores-de-mãos-sangrentas-contrapontas-afiadas inimigas. Remanescentes que teima guardar a moribunda alma desta terra. Que também vai se atropelando contra a multidão de astros constelados que fulgurantes espargem luz negra dos céus dos que buscam a luz. Lá vai ele recalcitrante e contumás cavaleiro, perdulário da bem querência que deixa a índole dissoluta de um pobre povo que habita o espaço rico de uma pátria que ainda não nasceu(...)"
Casa dos Carneiros, minguante de maio de 1991
Elomar Figueira de Melo
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