Rapidinhas
O mundo dos downloads, pra quem pode, está uma maravilha. Mas a leitura sobre música...
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Lúcio Ribeiro criou escola para um tipo de prática que poderia ser chamado de jornalismo delivery: você clica no mouse e recebe a notícia em casa, prontinha e embaladinha via conexão de banda larga, e a reescreve sem maiores dores de cabeça. São textos insossos, corretos, coerentes e lotados de links dos quais você pode absorver mais deste tipo de conhecimento compartilhado. Não ofende ninguém, não emite opinião alguma, não possui inimigos, todos querem ser amigos no seus respectivos orkuts, e somente repete o que já fora postado em diversos outros pontos virtuais – todos estes também desprovidos de qualquer emoção mais perigosa. Não há sangue nos olhos. E o pior de tudo: faz escola entre formandos pós-internet. Estaríamos todos reféns de uma nova geração de produtores de textos que abusam dos recursos do híper-espaço – mesmo em publicações impressas – e com resultados que são conectados entre si na informação sem expressão, sem fome, sem dor nem paixão?!?
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Este mesmo jornalismo bom-moço, insosso até o fundo de suas almas conectadas em perfis de internet, não foi capaz de destronar uma figura pretensa a ídolo, que pensa que já nasceu grande e ainda por cima renega sua herança – legítima! - grandiosa para se concentrar “apenas no presente”. Falo de Maria Rita, a atual toda-poderosa-da-MPB. Olha, já ouvi seu som, chique, emocional (passional? Jamais!), bem produzido e tal – tem um disco lá em casa. Mas ao assistir à sua apresentação na TV Cultura neste final de semana, decepção geral. Até minha mãe comentou: “nossa, parece que ela tá no piloto automático”. Seu olhar era vazio, sua performance era maquiada de emoção e de suposta “entrega” – fora que ela parecia estar de ressaca e com um figurino que a deixava bem fubanga. Já nasceu se achando diva intocável – nas internas do meu trabalho, já conferi com fontes seguras de que a figura é intratável nos bastidores. Lhe falta ousadia, por exemplo. O tipo de coisa que faltou na matéria de capa da Bizz – a mesma que há 15 anos atrás desarmou sem dó o “novo-mito da vez” daquela época, a Marisa Monte. Aliás, o corpo editorial desta revista atualmente parece centrar seu veneno apenas nas resenhas de discos e nada mais. Também, pudera: um de seus colaboradores é a Instituição Lúcio Ribeiro, e um outro lá, que escreve quase todas as matérias, cita Dawson’s Creek (a série sensível-mor da TV paga) num texto como se tivesse rolado uma “cena clássica” com determinado som ao fundo, putz! E pensar que, na edição mais recente, eles tiveram uma ótima oportunidade de detonar o emocore e optaram apenas por ajudar na disseminação daquele mal-comportado e preocupado com seus sentimentos...
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Estou lendo a revista Piauí (valeu pelo empréstimo, Turco!). Estou gostando: textos investigativos, fina ironia, aprofundamento nos assuntos e um despreendimento com correção política. Não cheguei ao fim, mas estou gostando!.
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Olha, eu já havia detonado a banda publicamente em duas ocasiões distintas. Mas há umas três semanas eu conectei na onda deles, não sei nem explicar. Não estava tão bêbado assim, nem tinha usado qualquer droga. A parada bateu, pelo menos naqueles 40 e poucos minutos. Não mudou minha vida – longe disso, até porque o som deles não foi feito para cantar junto e ainda possui restrições seríssimas. Porém, o que era tosco e mal feito elevou-se a um respeitável painel de referências oitentistas. Ouvi ecos de Cure, de Echo e de Joy Division. Ouvi e senti também um ar gélido e soturno que muito me agradou. Tudo condensado num ranço estilo post-rock - que eu não suporto, é verdade. Bom, eu acredito que o que eles têm de melhor provém de apenas uma cabeça e que o resto de ruim que ainda persiste sai dos outros da banda (que vivem mudando), mas... É fato que o público deles reúne aquela facção insuportavelmente indie poser que nos assola atualmente, e também uns outros perdidos que tentam despertar o Belle & Sebastian que existe dentro de você – emos?. Mas a parada, repito, bateu ali no Caverna do Simpson, naquele showzinho bem discreto que eles fizeram. Não boto a mão do fogo por eles por conta de apenas um show. Rolou apenas naquela hora. A banda era o terrorturbo.
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Lúcio Ribeiro criou escola para um tipo de prática que poderia ser chamado de jornalismo delivery: você clica no mouse e recebe a notícia em casa, prontinha e embaladinha via conexão de banda larga, e a reescreve sem maiores dores de cabeça. São textos insossos, corretos, coerentes e lotados de links dos quais você pode absorver mais deste tipo de conhecimento compartilhado. Não ofende ninguém, não emite opinião alguma, não possui inimigos, todos querem ser amigos no seus respectivos orkuts, e somente repete o que já fora postado em diversos outros pontos virtuais – todos estes também desprovidos de qualquer emoção mais perigosa. Não há sangue nos olhos. E o pior de tudo: faz escola entre formandos pós-internet. Estaríamos todos reféns de uma nova geração de produtores de textos que abusam dos recursos do híper-espaço – mesmo em publicações impressas – e com resultados que são conectados entre si na informação sem expressão, sem fome, sem dor nem paixão?!?
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Este mesmo jornalismo bom-moço, insosso até o fundo de suas almas conectadas em perfis de internet, não foi capaz de destronar uma figura pretensa a ídolo, que pensa que já nasceu grande e ainda por cima renega sua herança – legítima! - grandiosa para se concentrar “apenas no presente”. Falo de Maria Rita, a atual toda-poderosa-da-MPB. Olha, já ouvi seu som, chique, emocional (passional? Jamais!), bem produzido e tal – tem um disco lá em casa. Mas ao assistir à sua apresentação na TV Cultura neste final de semana, decepção geral. Até minha mãe comentou: “nossa, parece que ela tá no piloto automático”. Seu olhar era vazio, sua performance era maquiada de emoção e de suposta “entrega” – fora que ela parecia estar de ressaca e com um figurino que a deixava bem fubanga. Já nasceu se achando diva intocável – nas internas do meu trabalho, já conferi com fontes seguras de que a figura é intratável nos bastidores. Lhe falta ousadia, por exemplo. O tipo de coisa que faltou na matéria de capa da Bizz – a mesma que há 15 anos atrás desarmou sem dó o “novo-mito da vez” daquela época, a Marisa Monte. Aliás, o corpo editorial desta revista atualmente parece centrar seu veneno apenas nas resenhas de discos e nada mais. Também, pudera: um de seus colaboradores é a Instituição Lúcio Ribeiro, e um outro lá, que escreve quase todas as matérias, cita Dawson’s Creek (a série sensível-mor da TV paga) num texto como se tivesse rolado uma “cena clássica” com determinado som ao fundo, putz! E pensar que, na edição mais recente, eles tiveram uma ótima oportunidade de detonar o emocore e optaram apenas por ajudar na disseminação daquele mal-comportado e preocupado com seus sentimentos...
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Estou lendo a revista Piauí (valeu pelo empréstimo, Turco!). Estou gostando: textos investigativos, fina ironia, aprofundamento nos assuntos e um despreendimento com correção política. Não cheguei ao fim, mas estou gostando!.
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Olha, eu já havia detonado a banda publicamente em duas ocasiões distintas. Mas há umas três semanas eu conectei na onda deles, não sei nem explicar. Não estava tão bêbado assim, nem tinha usado qualquer droga. A parada bateu, pelo menos naqueles 40 e poucos minutos. Não mudou minha vida – longe disso, até porque o som deles não foi feito para cantar junto e ainda possui restrições seríssimas. Porém, o que era tosco e mal feito elevou-se a um respeitável painel de referências oitentistas. Ouvi ecos de Cure, de Echo e de Joy Division. Ouvi e senti também um ar gélido e soturno que muito me agradou. Tudo condensado num ranço estilo post-rock - que eu não suporto, é verdade. Bom, eu acredito que o que eles têm de melhor provém de apenas uma cabeça e que o resto de ruim que ainda persiste sai dos outros da banda (que vivem mudando), mas... É fato que o público deles reúne aquela facção insuportavelmente indie poser que nos assola atualmente, e também uns outros perdidos que tentam despertar o Belle & Sebastian que existe dentro de você – emos?. Mas a parada, repito, bateu ali no Caverna do Simpson, naquele showzinho bem discreto que eles fizeram. Não boto a mão do fogo por eles por conta de apenas um show. Rolou apenas naquela hora. A banda era o terrorturbo.
4 Comments:
mataram uma das charadas.
A Piauí está muito além do resto. Já tenho as minhas edições reservadas. E Ivan Lessa é um mestre desde sempre.
Terrorturbo? Bem, nunca ouvi nada desse grupo, não tenho uma opinião sobre...
Kalunga, apesar de toda a minha bronca com o cara, tenho que admitir que o sujeito (LR) mandou bem em sua matéria na Bizz deste mês. Assumiu até que a sua postura pode e deve ser malhada mesmo, e daí o sujeito tira parte de seu caldo musical. Gostei.
O jornalismo cultural no Brasil é feito, em sua maioria, por gente sem cacife - gente que não lê, não ouve, não vê. No ES, então... Pfuuuiiiiii!!!!
Valeu!
É isso aí mesmo Caio, li a matéria do LR agora há pouco e concordo contigo: ele assumiu TUDO o que lhe criticam sem chorar nada. Na verdade, me resta detonar seus seguidores, pois sua prática está totalmente disseminada por aí.
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O Ivan Lessa arregaçou! correção política sucks!!! hehehehe... e aquela matéria sobre call center eu já vi na prática o que era aquilo, em plena São Paulo. Piauí tá legal mesmo...
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o terrorturbo eu aconselho uma avaliação pessoal...
motorhead quarta!!!! NA CASA DO TURCO! JÁ ESTÁ CONFIRMADO!
Valeu!
palavras ao vento...
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