"NUNCA NA HISTÓRIA DESTE PAÍS..."
"Ler é mais importante que estudar" - Ziraldo
"Se você quer transar, vá para a faculdade; se você quer estudar, vá para a biblioteca." - Frank Zappa
Completei 21 anos de docência em dezembro do ano passado. Pois é, comecei cedo, quando ainda cursava o primeiro período de meu curso na UFES. Daquele primeiro estágio pra cá trabalhei em prefeituras (três anos em escolas e com o lazer em comunidades carentes), na ETFES (hoje, CEFET), em escolas particulares (cinco anos), em academias (dois anos e meio), em faculdades (12 anos), na CST (instrutor durante dois anos e meio), na rede estadual (dois anos), na PM-ES (CFO e CFSD, 11 anos)... Cursei duas faculdades, uma especialização e um mestrado (inconcluso). Orientei pesquisas, monografias, grupos de estudo, fiz a minha extensão universitária, escrevi e publiquei artigos etc. Digo isso pra elencar algumas breves conclusões (quase científicas):
- provavelmente vivemos o ponto educacional mais baixo de nossa história, visto que o crescimento econômico significativa e paradoxalmente aumentou o poço do desconhecimento, da ignorância e do descaso;
- nunca o ensino superior abriu tanto as suas portas, e nunca foi tão evidente o despreparo dos alunos egressos do ensino médio;
- os professores, observado o seu despreparo geral, ganham mal e ganham bem, se é que vocês me entendem. O compromisso de uma minoria com o próprio aperfeicoamento contrasta com o pouco caso e a desmotivação de uma maioria despreparada para a prática educativa;
- as faculdades particulares (exceções são excecões) assumem um único compromisso com os seus alunos: aprová-los a qualquer custo. Por qualquer custo entendamos o baixíssimo nível de assimilação de conhecimentos, o descompromisso ético com a profissão escolhida e a gritante ausência de uma política efetiva de aplicação dos conteúdos - durante a carreira acadêmica do corpo discente;
- as instituições públicas de ensino superior, ainda que sucateadas pelo descaso governamental, respondem pela massa da produção científica e não científica relevante em nossas academias (?);
- a maior parcela dos alunos do ensino superior mal e porcamente consegue ler e compreender um texto simples de sua área ou de conhecimentos gerais - índice que deve chegar a uns 90% nas faculdades particulares;
- esses mesmos 90% não possuem nenhum compromisso real com os próprios cursos. Ofereçam a esses sujeitos o diploma por qualquer via mais curta e a aceitação será maciça;
- cursos superiores de quatro, cinco e seis anos são uma excrecência; posso afirmar com serenidade que podem ser fechados em dois, três e quatro anos, se muito. Aprende-se o que deve ser aprendido em sala de aula e aperta-se o ritmo (d)nas atividades práticas;
- há professores com mestrado e doutorado saindo pelo ladrão, e a maior parte dessa turma é de uma indigência intelectual espantosa. Canudos como esses quase sempre só fortalecem a imbecilidade. Converse por meia hora com um mestre ou doutor (sobre QUALQUER assunto fora de sua mais que específica e reduzida área de atuação - e olhe lá!) e comprove: nunca tantos animais foram agraciados com ós títulos de mestre e doutor nestas bandas;
- nosso presidente é o Lula (não é um preconceito, é um conceito; o preconceito viria antes de sua posse, agora o conceito está formado).
"Ler é mais importante que estudar" - Ziraldo
"Se você quer transar, vá para a faculdade; se você quer estudar, vá para a biblioteca." - Frank Zappa
Completei 21 anos de docência em dezembro do ano passado. Pois é, comecei cedo, quando ainda cursava o primeiro período de meu curso na UFES. Daquele primeiro estágio pra cá trabalhei em prefeituras (três anos em escolas e com o lazer em comunidades carentes), na ETFES (hoje, CEFET), em escolas particulares (cinco anos), em academias (dois anos e meio), em faculdades (12 anos), na CST (instrutor durante dois anos e meio), na rede estadual (dois anos), na PM-ES (CFO e CFSD, 11 anos)... Cursei duas faculdades, uma especialização e um mestrado (inconcluso). Orientei pesquisas, monografias, grupos de estudo, fiz a minha extensão universitária, escrevi e publiquei artigos etc. Digo isso pra elencar algumas breves conclusões (quase científicas):
- provavelmente vivemos o ponto educacional mais baixo de nossa história, visto que o crescimento econômico significativa e paradoxalmente aumentou o poço do desconhecimento, da ignorância e do descaso;
- nunca o ensino superior abriu tanto as suas portas, e nunca foi tão evidente o despreparo dos alunos egressos do ensino médio;
- os professores, observado o seu despreparo geral, ganham mal e ganham bem, se é que vocês me entendem. O compromisso de uma minoria com o próprio aperfeicoamento contrasta com o pouco caso e a desmotivação de uma maioria despreparada para a prática educativa;
- as faculdades particulares (exceções são excecões) assumem um único compromisso com os seus alunos: aprová-los a qualquer custo. Por qualquer custo entendamos o baixíssimo nível de assimilação de conhecimentos, o descompromisso ético com a profissão escolhida e a gritante ausência de uma política efetiva de aplicação dos conteúdos - durante a carreira acadêmica do corpo discente;
- as instituições públicas de ensino superior, ainda que sucateadas pelo descaso governamental, respondem pela massa da produção científica e não científica relevante em nossas academias (?);
- a maior parcela dos alunos do ensino superior mal e porcamente consegue ler e compreender um texto simples de sua área ou de conhecimentos gerais - índice que deve chegar a uns 90% nas faculdades particulares;
- esses mesmos 90% não possuem nenhum compromisso real com os próprios cursos. Ofereçam a esses sujeitos o diploma por qualquer via mais curta e a aceitação será maciça;
- cursos superiores de quatro, cinco e seis anos são uma excrecência; posso afirmar com serenidade que podem ser fechados em dois, três e quatro anos, se muito. Aprende-se o que deve ser aprendido em sala de aula e aperta-se o ritmo (d)nas atividades práticas;
- há professores com mestrado e doutorado saindo pelo ladrão, e a maior parte dessa turma é de uma indigência intelectual espantosa. Canudos como esses quase sempre só fortalecem a imbecilidade. Converse por meia hora com um mestre ou doutor (sobre QUALQUER assunto fora de sua mais que específica e reduzida área de atuação - e olhe lá!) e comprove: nunca tantos animais foram agraciados com ós títulos de mestre e doutor nestas bandas;
- nosso presidente é o Lula (não é um preconceito, é um conceito; o preconceito viria antes de sua posse, agora o conceito está formado).
14 Comments:
É meu caro, realmente a realidade é bruta e suja.
O que posso falar sobre isso, senão repetir o q vc mesmo disse.
Foram cinco anos na docência. Cara, somente com uma pós-graduação, mas com experiência mais do que suficiente para lecionar. Realmente era de um esforço sobre-humano para conseguir enfiar alguma coisa na cabeça desses fidalgos (para não ofende-los), salvo raras exceções, um ou dois no máximo por sala, que realmente demonstravam real interesse sobre o assunto e o curso; um verdadeiro milagre no sistema universitário.
Pra não falar de colegas invejosos, que em vez de realizarem o seu próprio trabalho e desenvolver sua própria metodologia de ensino, pensavam mais em te foder, te ver no osso, acabar com sua reputação, por você ser digno no seu trabalho e executá-lo com seriedade.
Enfim é dura essa vida de docente.
Mais dura vai ser quando todos eles estiverem efetivados (espero q não) no mercado de trabalho.
Como diria raulzito: "para o mundo que eu quero descer."
A tempo...
O objetivo de um curso de doutorado é prover formação inicial a um pesquisador, que tem que provar que tem capacidade de conduzir um projeto de pesquisa que produza uma contribuição original à ciência.
Ao contrário do que muitos pensam, a obtenção do título de doutor é apenas o início da carreira de um pesquisador, e não o ápice...
Não dá para garantir que uma pessoa, por ter esse título, saiba conversar sobre "sobre QUALQUER assunto fora de sua mais que específica e reduzida área de atuação"... simplesmente porque este não é o propósito deste tipo de formação. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, aí é com cada um, não depende do título acadêmico.
Prefiro o "aí é com cada um". Vale mais pra mim.
O que pergunto é: por que se "apequenar", restringindo-se a uma área de atuação e saber? Era quase sempre constrangedor (pra mim) dialogar com mestres e doutores que nada diziam de interessante quando eram obrigados a sair de seu "ramo acadêmico".
É muito pouco, pouco demais.
TCo,Buaiz e Lacaio façam um passeio pela Região Norte e multipliquem esse grau de indignação. Não dá para explicar com palavras, só vindo aqui !
se vcs não querem dar aula, cedam vossas vagas pq estou precisando de um trampo.
obviamente, respeito vssas decisões! mas, enquanto alguns saem, outros entra. a vida é assim mesmo, e atualmente sou uma puta profissional!
Garoto de xongas. hahahahahahaha
Minha vaga de professor já foi ocupada.
Zappa e Ziraldo: gênios
Expectativa infundada, caro Caio...
Esperar que um título acadêmico determine a cultura geral de uma pessoa é quase o mesmo que dizer que o dinheiro faz a mesma coisa...
Eu diria que certos tipos de trabalho acadêmico até prejudicam o desenvolvimento cultural, depedendo de como o pesquisador é absorvido pelo seu tema, e de qual tema ele aborda...
Acho que vc não entendeu a essêcia do que eu te disse: não espere nada de especial em termos de cultura geral de uma pessoa SÓ porque ela tem um título acadêmico. É a mesma coisa que cobrar isso de uma pessoa só porque ela tem dinheiro ou tempo livre, por exemplo.
Admita...
Pára de reclamar Kalango... se a galera aí fosse mais inteligente e cuidasse dos dentes, vc não estaria ganhando o que valesse a pena morar aí.
Joelhou? Reza...
Tco, vc não entendeu o que eu disse: não espero que ninguém adquira/possua cultura geral por deter um título de doutor, mas APESAR disso.
OK, então tá certo...
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