Bem, aceito a discussão "representação/presentação" da arte contemporânea e a validade de sua essência como a captação do espírito de um tempo.
E o valor intrínseco do "algo artístico" cabe somente ao seu criador; o valor extrínseco está além do seu poder de manipulação e convencimento, claro.
O critério válido que guardo comigo para a avaliação (mais) justa desse "algo" está no quase consenso de que ele não pode(ria) ser produzido e captado de imediato pela imensa maioria dos pares do criador, ao menos quando de sua criação.
A (a)temporalidade do "algo artístico" - e sua inevitabilidade como parâmetro estético-filosófico-moral - não seria um ponto a ser discutido sempre?
A necessidade de interação com esse "algo" não trairia a sua (dele) fragilidade?
A força de uma obra não se deve(ria) somente ao que ela mesma traz consigo e é passível de uma interpretação adequada - o adequado como aquilo que, se não é universalmente aceito como tal (o que é, de todo modo, impossível), é majoritariamente compreendido como perfeitamente defensável por ser a melhor racionalização possível a respeito do "algo artístico" em debate.
Ainda que eu ache um hélio oiticica foda, para além disso tudo.
Porque me incomoda muito que um dadaísta chegue numa ampla sala e, por meio de uma ridícula intervenção (pequena modificação na visão da própria sala), assine uma obra.
Isso é arte? Em seu sentido amplo, sim.
Em seu sentido estrito, não vejo como.
Tenho um puta medo da convocação para a arte como uma convocação de todos. Concordo que todos podem fazer arte, mas desconfio um bocado dessa acessibilidade - porque se os critérios de criação do artista e o valor de sua criação forem indiscutíveis a não ser pelo próprio criador da obra...
Fica aquela velha questão: posso desenhar um Menino Maluquinho e dizer que este (o meu) supera o do Ziraldo - mas quem vai acreditar?
Eu, certamente não.
E o valor intrínseco do "algo artístico" cabe somente ao seu criador; o valor extrínseco está além do seu poder de manipulação e convencimento, claro.
O critério válido que guardo comigo para a avaliação (mais) justa desse "algo" está no quase consenso de que ele não pode(ria) ser produzido e captado de imediato pela imensa maioria dos pares do criador, ao menos quando de sua criação.
A (a)temporalidade do "algo artístico" - e sua inevitabilidade como parâmetro estético-filosófico-moral - não seria um ponto a ser discutido sempre?
A necessidade de interação com esse "algo" não trairia a sua (dele) fragilidade?
A força de uma obra não se deve(ria) somente ao que ela mesma traz consigo e é passível de uma interpretação adequada - o adequado como aquilo que, se não é universalmente aceito como tal (o que é, de todo modo, impossível), é majoritariamente compreendido como perfeitamente defensável por ser a melhor racionalização possível a respeito do "algo artístico" em debate.
Ainda que eu ache um hélio oiticica foda, para além disso tudo.
Porque me incomoda muito que um dadaísta chegue numa ampla sala e, por meio de uma ridícula intervenção (pequena modificação na visão da própria sala), assine uma obra.
Isso é arte? Em seu sentido amplo, sim.
Em seu sentido estrito, não vejo como.
Tenho um puta medo da convocação para a arte como uma convocação de todos. Concordo que todos podem fazer arte, mas desconfio um bocado dessa acessibilidade - porque se os critérios de criação do artista e o valor de sua criação forem indiscutíveis a não ser pelo próprio criador da obra...
Fica aquela velha questão: posso desenhar um Menino Maluquinho e dizer que este (o meu) supera o do Ziraldo - mas quem vai acreditar?
Eu, certamente não.
3 Comments:
bem, caio...
eu não acho que um trabalho artístico tenha que se bastar por si mesmo e que, se nao se basta, isso configure uma fragilidade. um dos baratos da arte contemporânea (de já na moderna, de certa forma) tá em reconfigurar todo o espaço ao redor. aí chegamos no duchamp. eu acho completamente válido que um cara chegue no museu e ponha um mictório e assine. porque isso é um ato político: ao fazer isso, ele questionava a arte como saber meramente técnico e reclassificava a arte como uma ação de reflexão. é a mesma coisa que o HO fez quando levou um monte de sambista de parangolés pro museu. ao colocar "objetos estranhos" lá dentro, questiona o lugar, faz pensar, dá novos ares.
em relação ao menino maluquinho, ninguém aqui tá falando de "superioridade". mas você pode fazer, não pode? aliás, já existe há algum tempo: chama-se releitura. hahahaha.
beijos, te amo.
Esse cara que leva o mijador pro museu e o exibe como um ato político (e foi um ato político importante no começo do século XX) tem seu papel como questionador e crítico.
Como artista, pra mim, lhufas.
E eu só falo de arte se falar de superioridade. Não me interessa observar uma obra que eu poderia (com um pouco de esforço) realizar.
Sabes por quê?
Porque sou péssimo.
Pra admirar alguém do meu nível artístico prefiro ficar em casa.
É por isso que o mundo tá cheio de picareta engrupidor.
Nada contra, há espaço pra todo mundo.
Mas tô fora dessa.
Bjs, tb te amo.
Lacaio
Regras... Regras... quais são as regras?
Tudo pode ser arte?
Ela é apenas a "arte superior"?
Expressar é destruir... Desconstruir... Retalhar... Desmembrar... Re(construir)... Verticalizar.
Um viva ao desmembralismo!!!
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