Rapidinhas...
Alguns sons e filmes que andei curtindo ultimamente, e que espero estar fornecendo boas dicas para quem se interessar.
Discos:
Death Stars
Sempre fui um grande admirador do metal industrial, mas sua adentrada nos anos 2000 deixou muito a desejar, pois parei nos discos do Fear Factory (banda já veterana) e do Static-X (que nem era lá essas coisas). A praga do nu metal também estragou este estilo, no que tange às bandas norte-americanas – salvo a honrosa exceção dos mestres do Ministry, que teimam em lançar discos cada vez mais violentos, pesados e insanos à medida que vão ficando velhos. Pois tive uma agradável surpresa com o grupo Deathstars! Pra começo de conversa, são europeus (da Suécia), e escaparam das pragas modistas dos EUA, assim como escaparam também dos males do Velho Continente (vocais femininos + guturais, prog metal, etc.). O som desses caras, no disco "Termination Bliss", poderia ser definido como uma espécie de Marylin Manson (fase “Antichrist Superstar”) cruzado com black metal moderno (aquele que privilegia melodias soturnas em vez de agressividade pura e burra) e tendências gótico-eletrônicas. As programações eletrônicas são espertas e originais, os riffs de guitarra pesam nos momentos certos, e há bons refrãos por toda a parte. Vai agradar mais quem não tem preconceitos com a eletrônica, vou logo avisando – apesar de o contexto geral ser bem pesadão.
Air
O maior clichê que você pode afirmar sobre artistas franceses é de que sua música sempre terá um ar de finesse. Pois a dupla do Air reforça o chavão sem o menor pudor! Fico imaginando os caras produzindo seu último disco, “Pocket Symphony”, tomando um bom vinho francês (pala redundante: todo vinho de lá é francês...) e petiscando um queijo roquenford acompanhado por belisquetes com foie gras. Ao final de todo o processo, se os caras exageraram na dose de vinhos e petiscos, é só abrir umas garrafinhas de Perrier para fazer a digestão e pronto. Pois “Pocket Symphony” é tudo o que você espera do Air: climas vintage por todas as partes, batidas sofisticadas, um ar quase lounge, vocais calmos e bem encaixados, e uma produção irretocável. Existem algumas variáveis da fórmula consagrada pelo clássico “Moon Safari” (música japonesa inserida discretamente em algumas faixas), mas o resultado final é aquele que você buscaria ao adentrar numa adega de vinhos para adquirir um exemplar francês da melhor qualidade.
New Rave
Lá vou eu de novo falando deste troço, um hype que nem bem veio e acabou fondo - segundo seus próprios criadores! Pois é, tem coisa que presta sim, e isso foi meu amigo Taylor quem me fez ficar a par do lado bom desta coisa. Simian Mobile Disco, The Whip, MSTRKRFT (não me pergunte sobre como se pronuncia isso) e as coletâneas da Kitsune foram as fontes de boas surpresas para quem quer algo do disco-punk caminhando em direção ao electro sem freio nem pudor – alguns ainda mais rock, outros totalmente eletrônicos. Enfim, não há nada de novo nesta tal de new rave. Há apenas uma volta aos tempos de Jesus Jones, Happy Mondays e Stone Roses da virada dos 80’s p/ os 90’s, obviamente com o liquidificador batendo tudo junto o que faz a cabeça das mentes dançantes de hoje – a atitude é a mesma, o conteúdo é que se adequou ao contexto atual. Mas ninguém aí está criando nada de novo.
Dois icones máximos do som industrial lançaram coisas novas neste ano de 2007. Os Young Gods ("Super Readty Fragmente") voltaram às guitarras de pegada roqueira, pesada e também psicodélica, tudo isso aliado a melodias fantásticas. O NIN de Trent Reznor, pra variar, mudou tudo em seu novo lançamento ("Year Zero"). Segundo nosso amigo Taylor, “o disco parece ter sido gravado numa fábrica” – barulhento, sujo, no future total. Antes que alguém aqui pense que “lá vem o Kalunga falar sobre estes sons inviáveis que ninguém agüenta ouvir falar”, o texto (uma, digamos, tese científica) mais aprofundado eu deixarei para em breve no meu blgg.
Filmes
Delicatessen
Eu assisti a esta película na inauguração do Cine Metrópolis, e lá se foram mais de 15 anos. Obviamente, com a idade que eu tinha na época, ainda não possuía capacidade de compreender o contexto de “Delicatessen”. Pois o mesmo saiu em DVD e pude conferir um dos filmes mais legais que já assisti. Trata-se de uma ficção-científica bastante atípica, pois parece que o nosso mundo entrara em colapso ainda nos anos 50, com cenários típicos daquela época, tudo envolto numa aura nebulosa, em tons de cobre e marrom. Há escassez de alimentos, particularmente a carne, a poluição impera, a comunicação é precária, e um bizarro movimento “revolucionário” (e nerd!) habita as redes de esgoto. A história de um caixeiro viajante, aspirante a artista, que se hospeda na pensão do dono de uma delicatessen que serve carne humana justamente provida dos novos hóspedes é dotada de uma singularidade incrível. As interpretações são num ritmo teatral, quase que circense, e há muita ironia, sarcasmo e, óbvio, humor negro por todos os lados. Uma aula de bom cinema.
Ninguém Pode Saber
Fui assistir a este filme com minha namorada no Metrópolis, a sessão estava às moscas, a sinopse publicada nos jornais locais pouco atraía a atenção, e o começo do filme, arrastado e sem muita profundidade na história, não animava muito naqueles primeiros minutos. Ledo engano. A história de quatro irmãos, de idades entre 4 e 14 anos, que são largados ao deus-dará por sua mãe num moquifo de um subúrbio decadente japonês, vai adquirindo contornos cruéis, porém sem grandes arroubos dramáticos – apesar de morte, fome e desespero serem a tônica da história. É um filme seco, de pouco diálogo. Achei que pouca gente daria atenção, quanto mais que seria lançado em DVD aqui no Brasil com resenhas elogiosas em vários canais da mídia. Veja e se incomode.
De rapidinhas não foi nada, falei pra caralho, hehehehe... Até sei lá quando, ainda mais que na porcaria da lan house que ando acessando a internet quase sempre trava os comentários do blogger.
Discos:
Death Stars
Sempre fui um grande admirador do metal industrial, mas sua adentrada nos anos 2000 deixou muito a desejar, pois parei nos discos do Fear Factory (banda já veterana) e do Static-X (que nem era lá essas coisas). A praga do nu metal também estragou este estilo, no que tange às bandas norte-americanas – salvo a honrosa exceção dos mestres do Ministry, que teimam em lançar discos cada vez mais violentos, pesados e insanos à medida que vão ficando velhos. Pois tive uma agradável surpresa com o grupo Deathstars! Pra começo de conversa, são europeus (da Suécia), e escaparam das pragas modistas dos EUA, assim como escaparam também dos males do Velho Continente (vocais femininos + guturais, prog metal, etc.). O som desses caras, no disco "Termination Bliss", poderia ser definido como uma espécie de Marylin Manson (fase “Antichrist Superstar”) cruzado com black metal moderno (aquele que privilegia melodias soturnas em vez de agressividade pura e burra) e tendências gótico-eletrônicas. As programações eletrônicas são espertas e originais, os riffs de guitarra pesam nos momentos certos, e há bons refrãos por toda a parte. Vai agradar mais quem não tem preconceitos com a eletrônica, vou logo avisando – apesar de o contexto geral ser bem pesadão.
Air
O maior clichê que você pode afirmar sobre artistas franceses é de que sua música sempre terá um ar de finesse. Pois a dupla do Air reforça o chavão sem o menor pudor! Fico imaginando os caras produzindo seu último disco, “Pocket Symphony”, tomando um bom vinho francês (pala redundante: todo vinho de lá é francês...) e petiscando um queijo roquenford acompanhado por belisquetes com foie gras. Ao final de todo o processo, se os caras exageraram na dose de vinhos e petiscos, é só abrir umas garrafinhas de Perrier para fazer a digestão e pronto. Pois “Pocket Symphony” é tudo o que você espera do Air: climas vintage por todas as partes, batidas sofisticadas, um ar quase lounge, vocais calmos e bem encaixados, e uma produção irretocável. Existem algumas variáveis da fórmula consagrada pelo clássico “Moon Safari” (música japonesa inserida discretamente em algumas faixas), mas o resultado final é aquele que você buscaria ao adentrar numa adega de vinhos para adquirir um exemplar francês da melhor qualidade.
New Rave
Lá vou eu de novo falando deste troço, um hype que nem bem veio e acabou fondo - segundo seus próprios criadores! Pois é, tem coisa que presta sim, e isso foi meu amigo Taylor quem me fez ficar a par do lado bom desta coisa. Simian Mobile Disco, The Whip, MSTRKRFT (não me pergunte sobre como se pronuncia isso) e as coletâneas da Kitsune foram as fontes de boas surpresas para quem quer algo do disco-punk caminhando em direção ao electro sem freio nem pudor – alguns ainda mais rock, outros totalmente eletrônicos. Enfim, não há nada de novo nesta tal de new rave. Há apenas uma volta aos tempos de Jesus Jones, Happy Mondays e Stone Roses da virada dos 80’s p/ os 90’s, obviamente com o liquidificador batendo tudo junto o que faz a cabeça das mentes dançantes de hoje – a atitude é a mesma, o conteúdo é que se adequou ao contexto atual. Mas ninguém aí está criando nada de novo.
Dois icones máximos do som industrial lançaram coisas novas neste ano de 2007. Os Young Gods ("Super Readty Fragmente") voltaram às guitarras de pegada roqueira, pesada e também psicodélica, tudo isso aliado a melodias fantásticas. O NIN de Trent Reznor, pra variar, mudou tudo em seu novo lançamento ("Year Zero"). Segundo nosso amigo Taylor, “o disco parece ter sido gravado numa fábrica” – barulhento, sujo, no future total. Antes que alguém aqui pense que “lá vem o Kalunga falar sobre estes sons inviáveis que ninguém agüenta ouvir falar”, o texto (uma, digamos, tese científica) mais aprofundado eu deixarei para em breve no meu blgg.
Filmes
Delicatessen
Eu assisti a esta película na inauguração do Cine Metrópolis, e lá se foram mais de 15 anos. Obviamente, com a idade que eu tinha na época, ainda não possuía capacidade de compreender o contexto de “Delicatessen”. Pois o mesmo saiu em DVD e pude conferir um dos filmes mais legais que já assisti. Trata-se de uma ficção-científica bastante atípica, pois parece que o nosso mundo entrara em colapso ainda nos anos 50, com cenários típicos daquela época, tudo envolto numa aura nebulosa, em tons de cobre e marrom. Há escassez de alimentos, particularmente a carne, a poluição impera, a comunicação é precária, e um bizarro movimento “revolucionário” (e nerd!) habita as redes de esgoto. A história de um caixeiro viajante, aspirante a artista, que se hospeda na pensão do dono de uma delicatessen que serve carne humana justamente provida dos novos hóspedes é dotada de uma singularidade incrível. As interpretações são num ritmo teatral, quase que circense, e há muita ironia, sarcasmo e, óbvio, humor negro por todos os lados. Uma aula de bom cinema.
Ninguém Pode Saber
Fui assistir a este filme com minha namorada no Metrópolis, a sessão estava às moscas, a sinopse publicada nos jornais locais pouco atraía a atenção, e o começo do filme, arrastado e sem muita profundidade na história, não animava muito naqueles primeiros minutos. Ledo engano. A história de quatro irmãos, de idades entre 4 e 14 anos, que são largados ao deus-dará por sua mãe num moquifo de um subúrbio decadente japonês, vai adquirindo contornos cruéis, porém sem grandes arroubos dramáticos – apesar de morte, fome e desespero serem a tônica da história. É um filme seco, de pouco diálogo. Achei que pouca gente daria atenção, quanto mais que seria lançado em DVD aqui no Brasil com resenhas elogiosas em vários canais da mídia. Veja e se incomode.
De rapidinhas não foi nada, falei pra caralho, hehehehe... Até sei lá quando, ainda mais que na porcaria da lan house que ando acessando a internet quase sempre trava os comentários do blogger.
19 Comments:
Kalunga, não faço dowloading de quase nada que você indica (gosto de outros gêneros musicais), mas me amarro em ler o que você escreve.
hahahahaha!!! é por aí mentor...
mas é por isso que eu limo uma porrada de sons que curto p/ postar aqui e restrinjo ao meu blogg. Ninguém merece aqui... Já no Flame Job, eu mando em tudo lá e quem vai naquele recinto sabe disso.
heheheheheh.
Também gosto muito de te ler, uma das poucas coisas que realmente me dão prazer em entrar aqui; parabéns pela reportagem sobre "gótico", muito pouco se conhece a respeito e sempre fui amante em todas as formas!
Gostei principalmente qd falou sobre esteriotipos, que no caso do gótico é deveras exagerado!
Metrópolis rula!!!
Os melhores filmes que assisti esse ano foram lá!
rapaz, aquela matéria me deu calafrios até ser exibida.
qualquer coisa, apareça na festa amanhã!
http://www.fotolog.com/the_darkstreet
neste flog tá tudo o que vc precisa saber.
valeu mesmo man!!!
vou tentar ir na festa sim e correr atrás de delicatessen!!!
não vi e já gostei!!!
vou dar uma olhada no site, com certeza!
sobre a festa... está no site tb?
vi lá já, massa!!!
abração.
vaca,
a primeira vez que vi ninguém pode saber foi uma das sessões mais emocionadas e pauleiras da minha vida. não só porque aquilo é tudo muito triste e bonito (sim, adoro o filme) mas também porque tinha uma conhecida minha, não muito próxima, vendo o filme do meu lado e quando aquilo acabou ela estava tão completamente arrasada e começou a falar e a falar, dizer que aquilo lembrava a história dela com a mãe, que a mãe tinha saído de casa pra ir morar com o namorado e deixado ela morando sozinha quando ela não queria, coisas assim... porra... foi pesado... quando me acontecem coisas assim eu penso nas pessoas dizendo "é só um filme" e, óbvio, nunca é. pelo menos pra mim. é a vida, também.
veja o "depois da vida", outro filminho lindo do kore-eda... espero que cê goste.
beijim. saudades.
Achei que só eu gostasse de Delicatessen. Puta filme.
Eu tenho o DVD do delicatessen. Vamos fazer um motohead para assistir.
rola cópia?
Nati!!!
tudo jóia?
então, este filme "Ninguém Pode Saber" é perturbador, e a forma como a história vai se desenvolvendo realmente pode provocar sentimentos pesados em quem possui história parecida. "Depois da Vida"tá na minha lista, mas pelo visto nós capixabas nunca o veremos nas locadoras daqui...
bejão!!!!
Se vc ligar quando estiver em vitória até rola a cópia seu puto, mas vai ter que pagar a cerveja.
MSTRKRFT se pronuncia MONSTER KRAFT. é sério.
adoro qd me faz carinho buaiz, heheheh.
se cuida!
ligarei.
Vou te fazer carinho sim, espere e sentira o meu carinho.hehehehe
Carinho grande e grosso. hahahaha
Rapaz......................... Essas coletâneas da Kitsune...................
QuÊ QuÉ ISSOOOOOOOO?????????????
Este comentário foi removido pelo autor.
heheheheh.
Corrigindo o "bonnna", o nome MSTRKRFT significa "Master Kraft".
Valeu.
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