Meu carnaval foi quase eletronico. Em plena folia de Momo o dvd la de casa ficou dividido entre o show do Harmonia do Samba e Kraftwerk. A primeira opçao foi exigencia do pequeno Alex,que rebola feito um robô enferrujado ao som da famigerada e axexelenta musica do grupo baiano. Depois de horas endo torturado e me divertindo com as coreografias do guri resolvi apelar pros "alemãos" e não é que deu certo!
O guri adorou ver os robôs em cena com seus blips e bloins e apurou ainda mais sua arte de "não dançar".
Entre os risos fartamente distribuidos ruminei a velha estoria do embate dos fãs de musica não orgânica ( Djs,eletroniquices) x Puristas que acham que musica tem de ser gerada por isntrumentos de verdade. Cacildzzz, como diria o finado Antonio Carlos "Mumu". Os velhotes,nunca velhacos, do Kraft usam e abusam de apertar sequencias,samples pre gravados durante hora e meia de espétaculo. Usam o artificio da distribuiçao de fotogramas que copulam perfeitamente com a musica(?) que sai de meros laptops/mesas de som postadas a frente do quarteto e fazem o deleite de que ve/ouve. A plateia, fica num misto de adoraçao e embasbacamento por ver uma lenda se desnudando em bits,bytes e aço a sua frente. O resultado depende de que time voce torce: puristas ou não.
Particulamente vejo com encerrada a questão. Não importa como seja feita.
Musica,mesmo parida berrando sob o triunvirato baixo/guitarra/bateria, ou de uma colagem esperta e inteligente vindo de um "Maquintchi",tocadiscos,samplers e de um caixinha de fósforo sempre será musica feita por MUSICOS.
E antes que a trilha sonora familiar seja substituida pela enesima audiçao do Kid Abelha acustico vou curtindo Bebeto. O Rei do sambalamço, filho bastardo e preferido do swing de Jorge Bem e neto do Simonal. O cara tem jogo e cintura.
Infelizmente torce pro equipe errada, mas joga na lateral direita do meu time musical com a camisa 7, da-lhe Mané.
Discoteca basica do malandro!
3 Comments:
bebeto, se não me engano é tio de marcelo camelo.
Kraftwerk é Pai, tanto quanto Beatles e James Brown os são para alguma coisa muito relevante. Basicamente TUDO no que se refere à música eletrônica tem no seu DNA muito, mas muito mesmo dos tiozinhos alemães. Ouvir peças de rara beleza como "Hall of Mirrors", "Autobahn", "Neon Lights" e "Trans Europe Express" é de se emocionar com o senso de melodia e de genialidade que eles tiveram para produzir algo tão inovador com os recursos da época. São músicos de formação erudita, com estudos no formato eletro-acústico, que caíram nas graças da psicodelia do fim dos anos 60. Pegaram essas bases e traçaram o rumo para uma estrada (AUTOBAHN!!) que só eles poderiam pavimentar. Vale lembrar que nos anos 70 a eletrônica não era associada a experimentos dançantes e sim para viagens progressivas. O Kraftwerk tascou "The Model" nas pistas de dança acostumadas à disco music.
Enfim, os mesmos tiozinhos promoviam shows conceituais onde levavam toda a tralha cibernética que eles mesmos construíram - o Kling Klang. Vendo este DVD atual, é a prova mais simples e direta de que os objetivos dos caras foram alcançados e, ao invés de negarem os avanços, abusam deles, pois os mesmos tiozinhos alemães queriam que tudo fosse da forma simples no palco como é agora - basta ler entrevistas antigas dos caras.
E isso mesmo Kalunga. Nao quis me detalhar nos aspectos tecnicos por que estamso carecas de saber o que se faz com criatividade e um equipamento minimo.
Postar um comentário